Paulo Mazivila, presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), denunciou publicamente uma série de irregularidades e dificuldades logísticas que afetaram diretamente o desempenho da seleção nacional feminina durante os jogos de qualificação para um torneio internacional. Em declarações contundentes, Mazivila classificou as situações enfrentadas pela equipa como atos de sabotagem, que prejudicaram não apenas a preparação, mas também o resultado final da competição.
De acordo com o dirigente, os problemas começaram logo no primeiro dia do torneio. A seleção moçambicana deveria chegar ao pavilhão com uma hora de antecedência, como é habitual em competições desta natureza, mas, por motivos ainda não esclarecidos, a equipa só conseguiu chegar ao local 30 minutos antes do início do jogo. Essa falha logística comprometeu o tempo de aquecimento e a concentração das atletas, fatores essenciais para um bom desempenho em competições de alto nível.

No segundo dia, a situação agravou-se ainda mais. A seleção ficou sem transporte adequado para se deslocar do hotel até ao pavilhão onde decorria o jogo. Como resultado, as jogadoras foram obrigadas a caminhar até ao local, o que, além de ser desgastante fisicamente, afetou o moral da equipa. Mazivila destacou que essas condições adversas foram determinantes para o desempenho abaixo do esperado, especialmente num contexto em que a seleção precisava de estar no seu melhor para garantir a qualificação.
Apesar dos contratempos, o presidente da FMB garantiu que a federação cumpriu rigorosamente com todas as obrigações financeiras e logísticas exigidas pela organização do evento. Segundo ele, todas as taxas foram pagas atempadamente, e os requisitos estabelecidos pela federação do país anfitrião foram devidamente atendidos. “Não houve negligência da nossa parte. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para garantir que a seleção estivesse em condições de competir”, afirmou Mazivila.
No jogo decisivo, a seleção moçambicana acabou por perder por 58-65, após uma vitória no dia anterior por 50-44. A derrota eliminou as moçambicanas da competição, impedindo-as de avançar para a próxima fase. Para Mazivila, o resultado foi um reflexo direto das condições desfavoráveis a que a equipa foi submetida, e não da falta de capacidade técnica ou preparação das atletas. “As nossas jogadoras deram o seu melhor, mas foi impossível superar as barreiras que lhes foram impostas”, lamentou.
O presidente da FMB também expressou a sua frustração com a falta de apoio e organização por parte dos responsáveis locais, questionando se houve má-fé ou negligência deliberada. “Quando uma seleção nacional é prejudicada desta forma, não podemos ficar calados. Isto não é apenas uma questão desportiva, mas também de dignidade e respeito pelo nosso país”, afirmou.

Apesar do revés, Mazivila mostrou-se confiante no futuro da seleção. Ele garantiu que, se houver uma nova oportunidade de qualificação, a equipa estará preparada para competir e corrigir os erros cometidos. “Aprendemos muito com esta experiência e estamos determinados a não repetir os mesmos erros. Moçambique merece estar nos grandes palcos do basquetebol africano e internacional”, declarou.
A situação levantou questões importantes sobre a organização de competições desportivas, especialmente no que diz respeito às condições oferecidas às equipas participantes. Mazivila defendeu a necessidade de maior transparência e responsabilidade por parte das federações anfitriãs, para garantir que todas as seleções tenham condições equitativas de competir. “O desporto deve ser sinónimo de fair play, e não de obstáculos criados para prejudicar os adversários”, concluiu.
A denúncia de Mazivila já começou a gerar repercussão no meio desportivo moçambicano, com muitos a exigirem uma investigação mais aprofundada sobre os factos. Enquanto isso, a seleção nacional feminina de basquetebol prepara-se para os próximos desafios, com a esperança de que situações como esta não se repitam no futuro.
