Um momento de tragédia chocou Moçambique na tarde desta Quinta-feira, quando o blogueiro Mano Shottas perdeu a vid@ durante uma transmissão ao vivo em Ressano Garcia. Conhecido por sua coragem ao documentar eventos sociais, Mano fazia a cobertura de um protesto que rapidamente se transformou em um confronto violento entre manifestantes e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
As imagens da transmissão capturaram as últimas palavras do blogueiro antes de ser fatalmente atingido:
“Eu não posso mais filmar pessoal! [tiro] Me balearam! Socorro! Socorro! Pessoal, levei tiro! Levei tiro, pessoal! Levei tiro e eles continuam a disparar! Fui alvejado, pessoal! Fui alvejado! Fui alvejado! Fod! Estou a morrer! Estou a morrer! Estou a morrer, pessoal!”*
Esses momentos trágicos geraram uma onda de indignação por todo o país, com cidadãos, organizações de direitos humanos e comunicadores independentes exigindo justiça e respostas rápidas das autoridades.
Uma Tragédia que Reacende Velhos Debates.
A morte de Mano Shottas trouxe novamente à tona questões críticas sobre a liberdade de expressão e a segurança de jornalistas e comunicadores independentes em Moçambique. O protesto, inicialmente pacífico, acabou em confronto após a intervenção da UIR, que utilizou gás lacrimogéneo e munição real para dispersar os manifestantes.
Grupos de direitos humanos questionam o uso desproporcional de força e criticam a violência direcionada a civis e jornalistas, que deveriam estar protegidos pelo direito internacional. A tragédia levanta questões urgentes sobre a conduta das forças de segurança em situações de protesto.
Reações e Demandas
Desde o ocorrido, as redes sociais foram tomadas por homenagens ao blogueiro e pedidos de justiça. “Mano Shottas era a voz de muitos que não tinham como se expressar. O que aconteceu com ele não pode ser ignorado,” comentou um ativista nas redes.
Organizações da sociedade civil, como a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, pedem investigações independentes e punições rigorosas para os responsáveis pela operação. “Não podemos permitir que situações como essa se tornem rotina. A liberdade de expressão é um pilar fundamental da democracia,” declarou um porta-voz.
O governo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente, mas o caso já repercute além das fronteiras nacionais, atraindo a atenção de organismos internacionais como a Anistia Internacional.
Um Legado de Coragem,
Mano Shottas será lembrado como um comunicador comprometido com a verdade, disposto a arriscar sua vida para mostrar a realidade de seu país. Sua trágica morte é um lembrete doloroso do preço que muitos pagam por buscar justiça e transparência.
O país agora aguarda respostas e ações concretas que possam honrar seu legado e garantir que episódios como esse não se repitam.